16 de agosto de 2010

O papel social do futebol na articulação da sociedade civil global: identidades

O futebol pode exercer uma função crítica importante na luta contra o racismo e subordinação da mulher

Escrito por: Marco Antonio Zamboni Zalamena*

O tema identidades refere-se à “raça” e ao gênero. A questão do racismo desonra o futebol desde o início do século XIX, no Brasil, quando os clubes da elite não aceitavam jogadores que não fossem brancos até meados do século, salvo algumas exceções. Ademais, o racismo também pode ser entendido através da percepção de que os clubes deveriam ter uma base nacional de atletas em detrimento a um grupo culturalmente mais heterogêneo (GIULIANOTTI & ROBERTSON, 2009, p. 148).

Na Europa, até a década de 1970, era raro encontrar jogadores negros nos principais clubes. A emergência da primeira geração de jogadores britânicos negros, principalmente oriundos de comunidades afro-caribenhas, é mais notória pela ascensão da institucionalização do racismo que ocorrera na Inglaterra do que pelo desempenho esportivo destes atletas. Grupos como os skinheads e a Frente Nacional Britânica, partido político britânico ultra-direitista, foram os principais precursores do racismo no futebol britânico.

A evolução das atitudes contra determinadas identidades logo cristalizou um vocabulário racista notoriamente expressado pelas torcidas durante jogos oficiais . Não bastasse, o arremesso de bananas ao campo não é raro e constitui a “arma mais covarde do abuso racista” (GOLDBLATT, 2006, p. 174).

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