23 de setembro de 2010

Copa 2014 - Pacaembú é opção B para a abertura

Em entrevista, Alessio Gamberini explica que "projeto não é para a Copa", mas terá 65 mil lugares

Fachada do Pacaembu seria preservada pelo novo projeto (crédito: Reprodução)
 
Aléssio Gamberini Júnior é coordenador de Gestão Estratégica dos Equipamentos Esportivos da Prefeitura de São Paulo. Professor de Educação Física, ex-diretor do Estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu), Gamberini respondeu, por telefone, a algumas perguntas sobre o projeto de remodelação do velho estádio paulistano.

Como surgiu a proposta de renovação do Pacaembu?
Há alguns meses, a Secretaria Municipal de Esporte decidiu iniciar trabalhos para modernizar o estádio do Pacaembu, que é uma referência para a cidade de São Paulo, e criou a Comissão de Modernização, para a qual foram convidados ex-atletas, arquitetos, lideranças políticas e comunitárias. Um pouco antes do anúncio de construção da Arena do Corinthians (leia mais) nós havíamos recebido em doação uma proposta de renovação do Pacaembu, realizada pela GCP Arquitetos por iniciativa da Galvão Engenharia (leia mais). Na segunda-feira (20) realizamos a primeira reunião da Comissão de Modernização do Pacaembu e achamos que era uma boa oportunidade para apresentar a proposta, tal como ela nos foi entregue pela construtora.



Vai ser um estádio para a Copa?
Não temos essa pretensão e pensávamos que o estádio poderia ser um bom espaço de treinamento durante a Copa. Queríamos um projeto que trouxesse o Pacaembu aos dias de hoje mas preservasse as suas características arquitetônicas, porque é uma obra tombada pelo patrimônio. E desejávamos atender melhor às 30 mil pessoas que utilizam diariamente o complexo do Pacaembu para suas práticas esportivas.
Mas o projeto apresentado atende a uma série de recomendações da Fifa...
Sim. O projeto que nos foi trazido visava a dar uma solução para a Copa do Mundo quando a solução de Itaquera ainda não havia surgido a público.
Qual seria o custo da renovação do Pacaembu e de onde virão os recursos?O projeto foi orçado pela Galvão entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões, considerando uma capacidade entre 45 mil a 65 mil pessoas. A obra seria viabilizada por meio de uma PPP (parceria público-privada), mas ainda não foi definida uma engenharia financeira para a proposta. Enfim, estamos no primeiro passo e o projeto ainda deverá ser analisado pelos órgãos municipais, obter licenças etc.
Como o senhor vê a possibilidade de a abertura da Copa ser realizada no Pacaembu?
Estamos falando numa hipótese muito remota, porque o estádio oficial da Copa em São Paulo é o do Corinthians, em Itaquera. Eu acharia maravilhoso ter a Copa no Pacaembu pela história que o estádio carrega, pelo fato de ele ter sediado jogos da Copa de 1950 e ainda por estar no centro da cidade, com toda a infraestrutura de transporte, hotéis, restaurantes e shoppings nas proximidades.
Se o estádio do Corinthians for construído, não há risco de o Pacaembu se tornar um "elefante-branco"?Uma cidade como São Paulo, com 11 milhões de habitantes, comporta vários estádios. Basta dizer que a torcida do Santos em São Paulo é maior do que a população de toda a Baixada Santista. E o Pacaembu que almejamos é um estádio de multiplo uso, que possa receber festas, shows, exposições e outros eventos. Basta ver o sucesso que foi o Museu do Futebol, instalado na entrada do Pacaembu, para entender que um estádio renovado terá uso cotidiano, pelo futebol e por outras atividades.

Um comentário:

  1. O Estadio do Pacaembu é uma das referências em SP no quesito futebol, e nada mais justo que sua reforma e a instalação do Museu do Futebol no próprio, tudo através do grande incentivo e liberação da verba necessária por Walter Feldman.
    Temos que valorizar o que pagamos e o que amamos.
    Por meio desta, convido aqueles que acreditam nesse tipo de projeto a visitarem esse link a fim da conscientização coletiva.

    http://bit.ly/aOJzBZ

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